Naquele tempo que em que você me encontrou sozinho,
completamente cheio de medos, sem condições nenhuma de sonhar e eu não podia ao
menos abrir meus olhos no escuro sem ver as tormentas que revoava minha alma...
Naquele tempo você me encontrou chorando, soluçando... Dentro. Preso em
pesadelos, como uma criança acuada diante uma sombra a noite... Naquele
tempo... Eu ouvi sua voz, uma voz tão meiga que me acalentava nos momentos de
angustia e me protegia da solidão do mundo. Sua presença foi leve, sem
espantos, vindo com calma e se assentando ao meu lado, já sentia enfim... Sua
doce companhia, já sabia o quão amoroso se tornaria aquela amizade.
Naquele tempo você me conquistou, era real e me transmitia uma enorme
segurança, nossas conversas me apaixonaram quanto percebi seu encanto já me
dominava, mas, temia te perder... Você dizia não, mas, eu não a via, somente
acreditava que estava ao meu lado, pois, sentia tuas mãos, tua boca, sentia teu
corpo.
Naquele tempo em que você me encontrou eu soube... Entreguei-me a ti como nunca
antes tivera feito tuas palavras que faziam agora sonhar, imaginar o mundo fora
desta bolha, queria e tinha você sempre onde quer que eu precisasse.
Mas naquele dia em que você me encontrou, não disse que estaria distante tão
rápido, eu desconhecia a dor, até senti-la. Naquele dia então não a encontrei
não a via, procurava, tentava sentir sua presença mais você não existia, criei
feições para você e não as enxergava mais... Às vezes, apenas os vultos de
minhas lembranças...
Me deixavam sonhar com teus olhos outra vez, com teus passos, com você... E
quando olhei em minha volta o escuro já tomava conta de tudo novamente.
Hoje tento te encontrar, mas não sei... Hoje espero que me encontre, mas
enquanto isso não acontece; Continuo caminhando no silencio, gritando teu nome
em vão, não sei... Talvez eu tenha passado por você, mas nossos olhos já não se
cruzam, nossas vidas não tem mais sentido e a minha imaginação esqueceu seu
nome, seu rosto, seu brilho, já meu coração? Imagina ter a encontrado
novamente, mas se enganou mais uma vez...
Apenas não sabemos quem somos, nem o quanto nos arrependemos, porém sempre
criaremos imaginações, inventaremos emoções e teremos amores... Imaginários...
Olho a diante sento seu cheiro, me volto e vejo... Você! Era apenas o silencio
que me enganava. Sentindo dentro de nós aquele amor doentio e doloroso na boca
do estomago ao lado mais frágil do peito, de algo que nunca aconteceu.
HB.