segunda-feira, 4 de abril de 2011

Minhas vontades loucas, felicidades até... Em um Sábado à noite.



As 23h00min de um sábado gelado desses que você e seu irmão não gostariam de estar sem uma blusa para se agasalhar. Por um motivo eu não me lembro qual, resolvi sair para caminhar sobre o vento que soprava bravamente na rua. Era um dia sem muita claridade me pareceu que até a Lua não teve vontade de sair e assim deixar aquele dia tão pavoroso quanto um sonho, ou melhor, um pesadelo...
E então não contente continuei a caminhar para longe de minha casa, avistei o que não parecia verdade aquele pedaço de papelão que cobria uma criança, achei que não fosse real, era uma fatalidade do país... Eu disse:
- Nossa não creio que tamanho erro esteja acontecendo aqui onde eu estou, aqui nesse lugar, eu estou vendo isso, não consigo acreditar...
Na maioria das coisas que vejo, meus olhos teimam em me enganar e fazer-me ver aquilo que não é realmente verdadeiro mais dessa vez aquilo que parecia uma mentira não passava da mais pura e constrangedora realidade.
Porque teria ali uma criança? Deitada no frio do chão duro, jogada desajeitada a encosta de uma parede? Não sei...
Diretamente procurei incomodá-la e perguntar.
Seu nome era Miguel seus olhos eram de um azul desacreditado, desacreditado de viver, sem uma vida digna da sua beleza, era jovem, senti meu coração na hora partir em inúmeros pedaços fatalmente me levando a óbito. Tudo estaria destruído se os olhos daquela criança não voltassem a mostrar um azul sonhador, um azul tão intenso e bonito que eu veria a beleza do mundo também seria o azul que eu vejo no céu quando penso na felicidade.
 Olhou no fundo dos meus olhos, e disse que não era o melhor momento para falar de sua tristeza e que eu deveria estar enrolado no cobertor da minha graciosa casa, pois ele deveria viver ali e tudo seria diferente ao amanhecer, eu não o veria mais, eu não teria que me preocupar eu apenas deveria colocar em minha mente que aquilo que eu vi naquela noite foi apenas uma mensagem da verdade.
Pensei comigo mesmo:
- Jamais eu deixarei alguém viver dessa forma ainda mais se esse alguém for um garotinho tão indefeso que nem ao menos teve coragem de me pedir ajuda.
Indiscutivelmente levei-o para casa tentando dar lhe um futuro novo depois eu veria o que iria fazer para ajudá-lo mas no momento a vontade era de poder dar àquele menino uma noite tranquila e aconchegante.
Vi que o semblante do garoto mudara completamente assim que eu o tomei pelo braço pensei que ele estivesse me massacrando com seus pensamentos mas depois de algum tempo... Depois de um longo e fervoroso minuto olhando no seu rostinho ele me falou:
- Obrigado por dar-me de presente de aniversário a sua compaixão acolhedora e ver na minha triste noite sombria. Um voto de confiança e uma vontade a mais de transformar minha vida.

~HB.

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