domingo, 6 de maio de 2012

Capela Sistina.


Cada pessoa arruma um caminho a se trilhar, os peregrinos, caminham até a capela sistina, Oh...  Aquele lugar, a capela sistina, tão lisa e neutra diante dos olhos dos demais, porém um lugar que guarda inúmeros segredos, com todos os teus detalhes, sem ninguém saber quem a construiu, e apenas seus olhos viram tais fatos os quais ali aconteceram.
Quem dirá que viram as inúmeras brigas dos casais que se traiam em meio à noite gelada, de um sábado de madrugada, pois estes dois moravam ali na casa da esquina, o marido tão trabalhador de manhã e muito cafajeste a noite, já sua amada esposa, tão cafajeste de manhã enquanto o próprio esposo trabalhava, e santa à noite quando ele voltava isso jamais daria certo, pois a desconfiança pairava no ar. Mais cada briga era um tempero, e eles se amavam.
Certo dia sem ninguém para ver aquilo, apenas as paredes da capela, quem dirá ter visto, os namorados que se agarravam no coreto, logo ali na frente. Tão apaixonados, tão adolescentes, e jovens, a garota formosa, com seu vestidinho de renda, típico de cidadezinha do interior, diga se de passagem, mas que garota! E também o seu parceiro, um rapaz não tão velho, porém com um pouco mais de idade que a garota. Achava saber tudo, só por que fora outro dia para a capital, pobre moço não saberia que o pai da mocinha iria meter-lhe uma bala no peito. Ninguém sabia.
E nem se quer ouvira dizer sobre o tal vagabundo dos botecos que por ali tinha que toda noite de porre dormia aos degraus da capelinha, que o acalentavam com todas as tuas imagens, todos os teus santos, tuas rezas. Aquele lugar era mágico, e o homem ali jogado, debruçado sobre suas complicações, dizia beber para esquecer as magoas de uma vida passada, dizia beber para não se lembrar de sua amada. Porém ninguém o viu tão sozinho naqueles dias de solidão.
Ou então jamais saberiam sobre as crianças que entravam durante a tarde parada, para roubar as moedas do pote da santa, que nem se quer julgava, nem se quer repreendia-os. Mais os via, e sabia que eles pagariam todos os pecados.
Enfim, debaixo dos olhos do mundo o que sobra? Se não o mistério daquela capela sistina. Daquele monumento que todos adoravam, muito idolatravam, eram devotos fieis. O marido corno com sua mulher também traída, o casal de jovens que ninguém os lembra, ou pelo menos se lembra do rapaz que fora morto... O bêbado solitário, as crianças...
Quem um dia não fora pedir aos deuses para perdoá-los, naquela capela, seja dia, ou seja, noite não tinha hora, a capela sempre estava de portas abertas para recebê-los, com tanto amor que as pessoas tinham naquele lugar seria um pecado destruí-la. E por fim a derrubarão e hoje no lugar construíram um prédio alto de vários andares.  O choque foi grande, todas choraram, e ninguém mais saberá dás histórias que ali na frente se passava. E o que sobrava agora para aqueles que na cidadezinha vinham? Apenas os olhos agora fechados, da capela cistina.

HB.

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