segunda-feira, 9 de abril de 2012

Romances de esquina;


Bem ao longe podia se ver o castelo estonteante, o qual todos admiravam, suas bandeiras grandiosas e pontudas, vermelhas e majestosas balançantes com o vento, no ritmo daquela tarde gostosa de primavera. Época a qual rodeava os jardins de jasmim roxos e tulipas da cor de ouro, lugar em que outrora foi cenário de umas das melhores cenas já produzidas pelo homem. E está fica o teu critério imaginá-la. Pois, bem, entenda você o que quero dizer... Que lá onde os pássaros cantavam alegremente morava cordial e pacifico o príncipe daquelas estâncias; O tal jovem uma vez que, por ter tudo que sempre desejou nunca soubera o que é sofrer ou coisa assim, eu como pobre narrador que sou voz digo que, a vida do encantador rapaz levava era apreciada por muitos outros, o reino era de grande gala, e visível, a todos os que naquele vilarejo chegara.
Mas, algo de muito incomum ainda haveria de acontecer já que nunca se viu de tudo nessa vida, o pobre rapaz que por ironia da vida era muito rico, um dia, a favor de seu pai, visitou um velho dono de bar, localizado em umas das curvas do vilarejo, na mesma rua em qual se encontrar as portas do palácio real, sendo que esta era a rua principal; Eu que particularmente me imagino entrando pela cidadezinha e me deparando com uma grande e larga rua aflorada de casinhas e bares e no fundo em um monte esverdeado e com toques floris o grande castelo, porém, é assim que eu imagino este lugar, você afinal, pode sonhar com o que quiser.
Então o belo príncipe que acabara de chegar ao lugar predestinado, se depara com um velho galpão de bordel, ao maior estilo rústico e antigo, como costumo dizer, um típico bar de velho oeste, bem no meio de um reino encantado. A questão é que ele deveria levar de volta uma encomenda que o rei só conseguia naquele lugar, daquele homem, mais como as travessuras do nosso querido destino são tantas o rapaz, que agora encantado com os cabelos louros, e olhos radiantemente azuis de uma plebéia, se transformara em um pequeno menino, se tornara frágil, e o pior de todos os erros, apaixonado... Mesmo não querendo acreditar no que via, ele não conseguia esquecer a face branca como neve mais com um toque humano, e seu rosto avermelhado como maça madura, já que a época propiciava tardes intensamente de Sol vermelho e caloroso. Dona de um corpo encantador, e com um charme incomum ela usava suas vestes típicas de sua classe, o que lhe fazia ainda mais bela, e levemente inocente, seus lábios com uma cor forte e vibrante, diria eu que me lembrava a um morango maduro e suculento que causa desejos a qualquer um que olhasse, o homem defronte a moça ficara perplexo, encantado, e até esquecera o que viera fazer a mandato do pai.
Como toda história de fadas, a mocinha nunca tinha a permissão de ficar com o forasteiro que acabava de aparecer na história. Só que dessa vez é tudo diferente, espero que tenha imaginado dessa forma, a questão é que agora o príncipe se apaixonara pela ladina, não que esta fosse de fato ladra, mais definitivamente roubara o seu coração.
E se pergunte então se tudo irá acontecer como sempre foi o pai não aprovaria o amor deles, já que ela não tinha uma qualificação adequada ou até mesmo classe suficiente para ser à altura do príncipe, a questão é que sim, o Rei... Não aprovou o namoro, justamente por que a moça não tinha qualificação adequada e nem classe suficiente para estar à altura do sucessor dono do castelo e outras coisas mais...
Seria maldade minha não deixar os jovens vivenciarem aquele amor, uma coisa tão inexplicável da juventude, pois bem, então trilharei um final interessantemente repleto de instantes alegrias. Como se não bastasse ele marcou um encontro as escondidas.
O rapaz em um triste dia chuvoso, de frio intenso, travessura do clima apenas, dias daqueles que imaginamos ver a morte arrastando seu manto negro pelas ruas a procura de um bom gole de gim e uma alma acovardada pela tristeza para ser levada embora, mais o que estaria para acontecer seria mágico. O que foi planejado era um encontro às portas do bar antiquado, característica forte de um conto de bang bang, mais não, não havia morte, não havia alma, não havia tristeza só o frio, uma esquina desolada, as portas balançantes do bar fazendo os seus ruídos clássicos, e de gim apenas o cheiro transtornava o ar daquele lugar. Um beijo ali naquela esquina foi desferido nos lábios da moça, com tanta vontade, que mesmo os que olhassem, sentiam o amor daqueles dois, uma pegada tão quente que o tempo já não era dos piores, a moça privilegiou sua inocência mais despertava seu instinto malicioso, compartilhava e desenfreava um beijo sedutor, tão loucamente apaixonado que era de causar inveja, aquela esquina de bar, aquele poste a meia luz, aqueles fiscos de sol laranja radiantes no céu, completavam e envolviam o cenário de uma forma inesquecível. Eu pude sentir o amor dos dois, eu pude ver a tristeza nos olhos dela, e a alegria nos lábios dele. Tristeza esta por que a moça linda a qual surgiu do nada em um lugar inóspito da sua imaginação estava de partida e o príncipe não sabia.
No outro dia o homem voltou ao bar, se deparou com o velho, o torpor de gim, a brisa quente de um lugar como aquele, as lembranças de um beijo cativante, a tristeza de uma alma, a saudade de um alguém que não existia... A morte já tinha então sua companhia, a saudade já não era um sentimento solitário. E aquela esquina nunca mais foi a mesma.
Que graça teria então, não deixar uma incógnita, que graça teria contar uma história diferente  se fosse tão igual. Que graça teria dizer que todos foram felizes para sempre, se ninguém se imporia com isso. O conto é meu, mais a imaginação fica por sua conta, e não final, fica a critério seu decidir o que achou.

HB.

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