terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amor pecador.



A carne frágil que rola pelo branco do lençol, o qual foi estendido minuciosamente pelas mãos delicadas de uma camareira já abatida pela sua rotina, naquele quarto de hotel, que mais parece um hospício, frio, triste e sem vida, com as suas paredes marrons, emolduradas por leves traços em ouro, o que tentava-lhe trazer mais vida ao cenário, porém o tempo já havia se encarregado de tornar tudo triste e sem chances de renovação.
Um casal o qual preferiam se manter as escondidas pois eram amantes, cada qual com seu romance, porém só o amor maior, era o que sentiam um pelo outro na hora que traiam. O beijo por parte dos dois começava devagar, para que se dessem a possibilidade de se permitirem, as mãos ainda baixas, mais o homem a dominava contra aquela parede gasta, sua firmeza era exata, aparentemente sem intenções, mais sabia exatamente o que queria, então por parte dela uma mão nas costas, de leve... O estopim que faltava para queimar aquele ato. Logo após, como se não demonstrassem tanta vontade, a mão de porte largo dele, começa a subir lentamente sobre sua coxa, seus dedos levemente molhados pelo suor habitual, passavam-lhe pelo joelho às beiras daquele vestido azul marinho, que parecia deslizar com leveza e desejo, cada vez mais adiante do corpo dela, nisso as mãos dela não estavam mais nas costas e sim com muita delicadeza encaixadas entre a maçã de seu rosto e sua orelha, o toque parecia ter o cheiro gostoso de frutas as quais o cheiro do sexo propicia.
De súbito a pegada firme e veemente em sua parte posterior da perna, fê-la sentir um enorme calafrio, que para os enamorados é conhecido como a excitação, tão lúbrica quanto uma obra prima. Sua boca encrespou-se, secou-lhe os lábios com ferocidade, parecia que sentia sede, frio, nervoso, seu coração disparará, tremia mais se sentia confiável, então, com um desejo enorme de possuí-lo o beijou, com uma força agradável, que deixou a entender o que estava para acontecer, se amavam então como em uma ligação o desejo sentido por ela, foi transmitido como uma conexão forte para ele, no momento em que os lábios se tocaram, o frio, era de ambos, as trepidações, e taque cárdia só aumentavam, mais seus instintos humanos era divinos naquele momento.
Pareciam que precisavam se ter... Ali... Onde estivessem, foi então que a segurou com vontade, beijou-a com instintos, segurando-a pela nuca, com firmeza, com os dedos entre os cabelos, ah... Aqueles cabelos, que exalam o perfume do desejo, beijos enlouquecidos de paixão no pescoço, mordiscadas arrepiantes atrás da orelha, os suplícios dos desejos com a voz grave em seus ouvidos. Amavam-se incessantemente como nunca, o braço dela todo arrepiado, e o dedo dele que passava sobre... Como se fosse um aparador, que ao invés de suprir, sua sensação, só a deixava ainda mais enlouquecida.
Ela também o provocara, levará-o para cama, com aquela boca sedutora carnalmente envolvida, teu corpo todo lubrificado pela paixão, instigava-o sempre mais, os dois prontos para cometerem o pecado ali naquele lugar, as unhas da felina subiam-lhe pela barriga como uma fera que deseja destruir a presa, a vontade, se tornava cada vez mais evidente, suas fantasias eram mágicas, suas fomes, de se terem era inspiradora, e passaram a noite toda, naquela eterna paixão devoradora.
Pela manhã, só lhe restava mais uma vez, a camareira triste, com o trabalho, as marcas espalhadas pelo quarto monótono, nenhum sinal dos dois amantes, se houvera sinal fora a lembrança de tantos mais que ali já estiveram, os lençóis brancos, a mão delicada que os arrumava, paredes cor de terra, fios de cor de ouro trajando os detalhes das molduras, portas rústicas e opacas, um cenário fúnebre, que ontem a noite fora pintado de pimenta, sangue... Amor, pecador.
Carcere de seus sentimentos em segredos.
 
HB.

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