terça-feira, 13 de novembro de 2012

O mar.





E o canto do marinheiro
se profana no balançar
de suas ondas amaldiçoadas;
levadas e embaralhando sua mente;
por um simples gole de conhaque,
O mar agora é seu amor,
e todos o odeiam por ser um mestre saqueador
A melancolia em seu olhar
é desprezível e não se pode acreditar;

O canto do marinheiro soa,
agudo e desafinado.
Como o canto de sereias
que atribulam sua imaginação;
Dentro do seu navio que vaga
à imensidão deste inferno azul
de águas que quebram
como trovões desesperados!

A alma que ali perambula
é uma alma que já se foi
depois de um grande amor
que o tirou da solidão
Levando em sua mala
a dor de uma traição!
Ó marinheiro sozinho...
Ó mar que o acompanha...

Triste somos nós
pois o queremos aqui de volta
Já que não os podemos ter
ouve-se ao longe o canto triste
de um marinheiro solto
dentre teus próprios sonhos
Sonhando em um dia encontrar
o porto de seus milagres
para que seu canto possa cessar
e a tua alma em paz deitar!

Ó homem que navega ardente
dentre um gole de conhaque
vela astuta do seu mastro
líder só e mui valente
peregrinando os setes mares
em busca da redenção
esta que jamais encontrará
pois agora chora pelas mãos

Ó peito doente que ama...
Ó a mar que o acompanha...
Leve esse canto longe
para que não mais choremos
Leve esse canto longe
para que não mais o encontraremos

E o canto do marinheiro soa
tão frio e solitário
velando por sua morte
em um barco profanado
velando por sua morte
Em um coração arrebentado!


HB.


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